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Celulite Orbitária

O que é?

Trata-se de uma infecção do tecido mole contido na órbita, também denominada de infecção pós-septal. Acomete principalmente crianças e adolescentes.

Causas

Esta infecção geralmente é secundária a uma sinusite adjacente, mas também pode ser decorrente de algum trauma orbitário penetrante, da extensão de uma infecção palpebral, de endoftalmite ou de uma dacriocistite. Raramente também pode ser secundária à bacteremia e infecções dentárias. Cerca de 80% das celulites orbitárias surgem a partir de uma sinusite (principalmente sinusite etmoidal). A órbita e o seio etmoidal apresentam uma íntima relação: são separadas por uma fina parede óssea (lâmina papirácea) e parte da drenagem venosa desse seio segue pela órbita ao seio cavernoso. Em crianças de até 5 anos, o organismo causador mais comum é o Haemophilus influenzae. Já em crianças maiores e adultos, geralmente crescem bactérias aeróbicas. Infecções polimicrobiais também podem ocorrer e são mais comuns em pacientes idosos. Em pacientes imuno-comprometidos e diabéticos, a infecção fúngica (mucormicose) pode ser a causa.

Sintomas

Quadro toxêmico com febre, mal-estar, náuseas, vômitos e perda do apetite, principalmente nas crianças; Proptose axial ou lateralizada (dependendo do local de maior inflamação); Hiperemia conjuntival e quemose; Motilidade ocular extrínseca dolorosa e restrita; Edema palpebral; Defeito pupilar e baixa visual em quadros mais graves. Celulite pré-septal; Pseudotumor (inflamação inespecífica da órbita); Dacrioadenite; Herpes zoster oftálmico; Neoplasias de crescimento rápido.

Diagnóstico

Frente à suspeita de celulite orbitária, os seguintes exames devem ser realizados prontamente:

Tomografia de órbitas (fundamental para o diagnóstico tanto do comprometimento orbitário quanto para a presença ou não de sinusite, e também pode indicar corpo estranho intraorbitário em caso de trauma); Hemograma completo pode apresentar; Hemocultura; Cultura de secreções e Antibiograma; Ressonância magnética pode ser necessária na suspeita de extensão intracraniana da infecção.

Tratamento

O tratamento deve ser imediato, uma vez que atrasos podem resultar em sérias complicações (como perda visual total ou parcial, trombose de seio cavernoso, meningite, abscessos, osteomielite ou até mesmo o óbito). O início do tratamento deve ser realizado em ambiente hospitalar com medicação endovenosa. Lubrificação e cuidados com a exposição ocular nos casos de acentuada proptose.

Prognóstico

A avaliação do paciente deve ser realizada pelo menos duas vezes ao dia para monitoramento da acuidade visual e do quadro orbitário. O paciente deve apresentar evolução satisfatória nas primeiras 48 horas. Caso contrário, uma nova tomografia deverá ser realizada na busca de complicações (abscessos subperiosteais ou orbitários). A identificação de tais complicações geralmente é indicativa de abordagem cirúrgica para drenagem dos seios paranasais, que também pode ser necessária para auxiliar no tratamento.