A cavidade anoftálmica pode ser de causa congênita (malformação do globo) ou secundária (cirurgias de evisceração, enucleação ou exenteração). As causas das cirurgias que retiram inteira ou parcialmente o globo ocular são variadas: após traumas graves onde não existe prognóstico visual; também são submetidos à evisceração olhos que passaram por muitas operações e que, por conta disso, entram em atrofia; casos de tumores intraoculares, como a melanoma de coroide, a retinoblastoma etc.

Quando o paciente foi submetido à cirurgia de retirada do globo ocular e não fez uso de um implante, ele acaba usando uma prótese ocular inadequada com repercussões no tecido a longo prazo. A órbita vai ficando contraída, assim como os fornices da cavidade, e com isso a prótese começa a gerar um incômodo que pode evoluir até o ponto em que ela não mais se encaixa corretamente. O grau de contração/estenose da cavidade é classificado da seguinte forma (quanto maior o grau, mais complexa será a correção da cavidade para a adaptação da prótese):

Grau 1: fórnice inferior raso
Grau 2: fórnices inferior e superior rasos
Grau 3: déficit de todos os fórnices inclusive nasal e temporal
Grau 4: grau 3 + redução de abertura palpebral
Grau 5: cavidade contraída
Grau 6: cavidade exenterada

O paciente com cavidade anoftálmica necessita de reabilitação estética funcional para a boa adaptação de uma prótese ocular. O ideal é que toda cavidade anoftálmica seja corrigida com algum implante orbitário, ou em alguns casos seja preenchida com enxerto dermoadiposo. Essa correção visa reestabelecer o volume intraorbitário perdido. A ausência dessa correção é uma das principais causas de estenose da cavidade e má adaptação de prótese ocular. Após a plena reabilitação cirúrgica da cavidade, o paciente deve ser encaminhado a protéticos que irão adaptar a prótese.